terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Judô: Técnicas de Sacrificio (Sutemi-Waza)


Baseado no artigo Técnicas de Sacrifício publicado por www.judoctj.com.br/

No Judô, existem várias técnicas de sacrifício que são as técnicas em que aquele que aplica o golpe (tori) precisa sacrificar sua posição de vantagem caindo junto com o oponente (uke). As Tecnicas de sacrifício (Sutemi-Waza) se dividem em dois grupos: As de sacrifício para a frente (Mae-sutemi-Waza) e as de sacrifício para o lado (Yoko-sutemi-waza).

O grupo das técnicas de sacrifício para a frente, conhecidas como Mae-Sutemi-Waza é composto pelas cinco seguintes técnicas:

Tomoe-Nage – Significa “arremesso circular”. O tori, ao sacrificar a sua posição, arremessa o uke na sua direção frontal.

Sumi-Gaeshi – Significa “reversão pelo canto”. Diferentemente do Tomoe Nage, o tori não coloca o pé no abdomem do uke, mas sim, o peito do pé na parte interna da coxa do uke, levantando-o e projetando-o em sua direção frontal.

Ura Nage - Significa “arremesso para trás”. Essa provavelmente foi uma técnica importada do Wrestling pelo Sensei Jigoro Kano, assim como o Kata-Guruma. Exige bastante força, e é muito utilizada até hoje também pelos Wrestlers.

Hikikomi-Gaeshi – Significa “puxada invertida”. Muito semelhante ao Sumi Gaeshi. Alguns dizem que a diferença é que as duas mãos do tori encontram-se no mesmo braço do uke, ou que para ser Hikikomi Gaeshi, é preciso segurar na faixa do uke. Alguns chamam esse golpe de obi-tori-gaeshi, por segurar na faixa. A Kodokan reconhece o obi-tori-gaeshi como Hikikomi Gaeshi.

Tawara-Gaeshi – Significa “reversão do saco de arroz”. Pelo nome da técnica, podemos imaginar uma pessoa carregando um caminhão com sacos de arroz. A forma como ele pega o saco de arroz e joga para dentro do caminhão é praticamente o mesmo movimento do tawara gaeshi. Excelente técnica para ser usada como contra ataque, quando o oponente ataca com um morote-gari.



O grupo das técnicas de sacrifício para o lado, conhecidas como Yoko-sutemi-waza era originalmente formado por quinze técnicas mas com a proibição das técnicas: Kani Basami e Kawazu Gake tanto para aplicação em Randori como em Shiai, acabou sendo composto pelas seguintes técnicas:

Uki-waza – Significa algo como “técnica flutuante” ou “técnica de flutuar”. Ao realizar um movimento semelhante ao yoko-ukemi na frente do oponente, ele “flutua”, é projetado pela força e peso do nosso próprio corpo ao cairmos no chão. O detalhe importante que caracteriza o uki-waza é que o oponente é projetado na direção frontal do seu próprio corpo.

Yoko-otoshi – Significa “queda de lado”. É uma técnica basicamente igual ao uki-waza. É o movimento do nosso corpo ao realizarmos o a queda lateral que projeta o oponente. A única diferença em relação ao uki-waza é a direção em que o oponente é projetado: enquanto que no uki-waza o oponente é projetado para a sua própria frente, no yoko-otoshi ele é projetado na direção lateral.

Tani-otoshi - Significa “queda no vale”. Exatamente a mesma mecânica do uki-waza e yoko-otoshi. O que o diferencia é a direção da projeção do oponente. Nessa técnica, o oponente cai para trás. A direção em que cai o oponente é a única diferença entre essas três técnicas.

Yoko-wakare – Significa “separação lateral”. Nessa projeção, utilizamos o peso do nosso corpo na frente do oponente para projetá-lo para o outro lado do nosso corpo. Como se o nosso corpo realizasse uma separação lateral: jogamos o oponente de um lado para o outro.

Yoko-gake - Significa “gancho lateral”. Uma técnica muito rara na prática, visto apenas em katas. Uma espécie de de-ashi-barai onde os dois caem juntos, lateralmente, sendo que a força da projeção está justamente no sacrifício realizado por quem aplica o golpe.

Daki-wakare – Técnica que significa “levantar e separar”. É uma técnica muito semelhante a técnica do wrestling. Como Jigoro Kano estudou muito o wrestling, inserindo movimentos dessa luta no Judô, é possível que essa técnica tenha sido aperfeiçoada tendo como inspiração essa luta, apesar de ser um golpe bastante intuitivo e natural.


Continuando...
Yoko Guruma – Significa algo como “giro de lado”. A sua aplicação lembra as técnicas de amortecimento laterais, como o Yoko Ukemi. Esta técnica é muito eficiente em lutas de jiu-jitsu, sendo que no jiu-jitsu, é importante que o tori não perca a posição, partindo para a montada (tate-shiho-gatame) logo após a projeção.

Soto-Makikomi – Significa algo como “enrosque por fora” O termo makikomi pode ser traduzido como enrosque, giro, volta, rodeio. A idéia é que o tori efetua a projeção utilizando um movimento circular em seu próprio eixo enrolando o uke em seu corpo, projetando-o.

O-Soto-Makikomi - É uma variação de Soto Makikomi quando a técnica é realizada com a perna do tori por fora do lado do uke.

Uchi-Makikomi – Enquanto “Soto” significa “por fora”, o termo “uchi” significa “por dentro”. É a mesma técnica, tendo como diferença mais significativa a posição do braço que auxilia o giro, que neste caso, estará por debaixo do braço do uke.

Hane-Makikomi – É uma técnica de makikomi que parte da posição e da movimentação técnica do Hane Goshi, ou seja, assim como no Hane Goshi, o uke é jogado para cima principalmente pela força do quadril, sendo que no hane makikomi, a partir daí, o tori passa o braço e realiza o giro de sacrifício.

Harai-Makikomi – É uma técnica de makikomi que parte da posição e da movimentação técnica do HaraiGoshi, ou seja, assim como no Harai Goshi, o uke é levantado e varrido pela perna do tori, mas a partir daí, o tori passa o braço e realiza o giro de sacrifício.

Uchimata-Makikomi – Assim como as duas técnicas acima, ele parte da posição e movimentação técnica do Uchimata.

Observação: O yoko-tomoe-nage é apenas uma variação do tomoe-nage. Ao invés de projetar o uke frontalmente, projeta-se lateralmente.



Algumas dessas técnicas são bem interessantes e podem ser utilizadas inclusive sem o judogi, como o yoko-wakare. Agora é só partir pra o treino e repetir muito, pois sem repetição, não há perfeição.

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